A Sid Special Paint fez parte da carreira de grandes pilotos, principalmente na época de ouro do automobilismo (de 1970 à 1990), quando os capacetes personalizados começaram a fazer sucesso entre as grandes equipes do automobilismo mundial.
Sid Mosca, fundador da Sid Special Paint, foi muito procurado por pilotos nacionais e internacionais. Seu trabalho foi sempre de extrema qualidade e realizado com muito carinho. Além dos capacetes, o aerografista também trabalhava com a pintura de carros, sendo eles automobilísticos ou não – lembram da Brasilia de Ingo Hoffmann?
Na viagem de hoje, vamos te fazer lembrar dos capacetes mais marcantes de Sid Mosca. Preparem os corações, porque vamos iniciar mais uma viagem emocionante!
O primeiro capacete customizado: Benjamin Rangel
Se você acompanha as nossas histórias, você já deve saber que o primeiro capacete customizado por Sid Mosca foi o lendário capacete preto do piloto Biju.
Benjamin Rangel, mais conhecido como Biju, certo dia chegou na funilaria de Sid e pediu para ele customizar o seu capacete. Ele queria ter um capacete diferente dos outros competidores, simples assim.
Sid ficou meio pensativo, se perguntando se deveria pintar ou não, porque ele mesmo sabia que o seu foco era somente a pintura de carros.
Sid então aceitou a proposta de Biju e customizou seu capacete! E para que o trabalho valesse a pena, Sid Mosca cobrou um valor “bom” e Biju aceitou sem questionar e reclamar.
Sid, por algumas horas ficou refletindo muito olhando para o capacete cru, e depois voltou para o seu trabalho: a pintura dos carros.
Alguns dias depois, Biju voltou na funilaria com um amigo, e esse amigo também queria ter o seu capacete customizado. Foi aí que Sid olhou para a parte comercial de seu negócio e teve a certeza da preciosidade de seu trabalho.
Biju com certeza foi o piloto que deu um “empurrãozinho” para Sid focar nas aerografias em capacetes, e desde então, o sucesso do ateliê foi certeiro!
O capacete de Emerson Fittipaldi e Ingo Hoffmann
No ano de 1974, Sid ainda não tinha muitas demandas relacionadas aos capacetes, mas já havia produzido um capacete para o piloto Ingo Hoffmann, e foi através de Hoffman que a história do aerografista cruzou com a história de Emerson Fittipaldi, começando então a ganhar visibilidade e proporções icônicas de seus trabalhos.
Nessa época, Emerson estava no auge do seu sucesso. Suas vitórias eram inacreditáveis, e todos os pilotos mais novos se inspiravam nele querendo seguir os seus passos dentro do automobilismo. Naquela época ele era o ídolo de todos os brasileiros!
Ingo Hoffmann também se destacava nas pistas brasileiras, e em 1976 acabou indo correr na Escuderia Fittipaldi na Fórmula 1. Depois de todas as burocracias de contratação, Emerson presenteou Ingo com o capacete da equipe. O piloto não pensou duas vezes antes de levar o presente dado por Emerson para ser personalizado. Naquela época, Ingo já tinha uma certa afinidade com Sid, pois ele já havia levado alguns capacetes para personalização.
Foi um momento de muito orgulho para Sid e para todos os integrantes da equipe, o capacete de Ingo seria o primeiro capacete customizado por eles a correr na Fórmula 1! O resultado ficou incrível.
Chegando no dia de competir, Ingo mostrou para os outros pilotos o capacete personalizado, e o próprio Emerson que o presenteou, ficou impressionado com aquela incrível obra. Emerson achou que Ingo havia pintado o capacete perfeito na Inglaterra, e se impressionou quando descobriu que o trabalho havia sido feito por alguém que estava tão perto dele…
O piloto Emerson estava animado com a idéia de também ter um capacete personalizado e pediu para que Ingo o apresentasse a Sid Mosca, e foi assim que as histórias de Sid e o maior piloto dos anos 70 se cruzaram.
A partir daquele primeiro contato, também aconteceu a primeira pintura. Sabe aquela frase “Painted By Sid Brasil”? Foi Emerson que deu essa idéia! Ele queria que todos soubessem que aquela obra havia sido feita por um brasileiro, e que esse brasileiro tinha uma marca única no mundo. Desse momento em diante, Sid também falou em colocar duas estrelas de cada lado, já que ele era piloto de Fórmula 1.
Após a produção do capacete do bicampeão mundial, muitas portas foram abertas para Sid. Sid foi reconhecido pelo mundo inteiro por conta do seu maior talento: a aerografia.
O capacete de Nelson Piquet
Em 1976, Nelson Piquet foi um dos grandes pilotos que marcou história do automobilismo. Naquela época, ele estava em seu segundo ano na Fórmula Super V, e foi nesse mesmo ano que ele foi correr na equipe de Gilberto Magalhães de Oliveira (mais conhecido como Giba).
A sede da equipe de Giba ficava ao lado do ateliê de Sid, então, eles sempre viam a equipe de Sid pintando capacetes, carenagem e etc. Em um certo dia, Nelson começou a fazer amizade com Sid. Nessa amizade, ele começou a pedir uns “pequenos” detalhes em seu carro. De detalhe em detalhe, o próprio Sid pediu para o piloto trazer o seu capacete para ser customizado.
Finalmente o capacete de Nelson chegou. Antes a pintura dele era bem simples, tinha uma cor branca e uma faixa que imitava a costura de uma bola de tênis. Sid não quis mudar muita coisa, ele fez uns detalhes nos lugares que estava em branco, e foi aí que surgiram as “gotas” azuis – outra marca que Sid colocava em suas pinturas.
E adivinha… Foi um sucesso! A perfeição dos detalhes fez com que aquele capacete fosse, até hoje, considerado um dos maiores designs já feitos no automobilismo.
O capacete de Ayrton Senna
Podemos afirmar com toda a certeza que esse foi o capacete que mais marcou a carreira de Sid, mas você conhece a história de como ele surgiu?
A história do capacete amarelo começa no ano de 1979, naquela época, o aerografista já tinha nome e relevância no mercado automobilístico.
Senna havia acabado de ser convocado para participar do Mundial de Kart no kartódromo de Estoril, em Portugal. Segundo as regras do campeonato, todos os pilotos de cada país deveriam ter um capacete personalizado, e então, uns dias antes de sua viagem a Europa, ele procurou o mestre da aerografia.
A idéia inicial foi de Ayrton, o piloto pediu para Sid pintar o capacete com as cores do Brasil. Sid não gostava da mistura do amarelo com verde, mas no final, essa mistura fez com que aquele design se tornasse a marca registrada de Senna:
Ao decorrer dos anos, Sid só foi aprimorando as pinturas para os próximos capacetes, mudando as marcas dos patrocinadores e pequenos detalhes, mas a essência do design nunca mudou.
Sid tinha uma mente super criativa: seus traços eram perfeitos e seu profissionalismo era do tamanho de sua paixão pelos revólveres de pintura. Ele deixou para todos nós, amantes do automobilismo, o seu legado inesquecível.
Conta pra gente: Qual é a sua pintura preferida feita por Sid Mosca? 🙂