O A1 Grand Prix foi um campeonato de corridas internacional que ocorria durante o Inverno do hemisfério Norte, entre o Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA. Cada Grande Prêmio A1 era realizado em um período de 3 dias. 

O primeiro dia envolvia a sessão de treino livre, onde as equipes se familiarizavam com a pista. No segundo dia, ocorria outra sessão de treino livre e uma sessão de treino classificatório. No terceiro e último dia, eram realizadas duas corridas. A primeira, mais curta, tinha duração entre 15 e 20 minutos. A corrida principal acontecia depois, à tarde, e durava entre 40 e 60 minutos.

A Temporada 2005/2006 da A1 Grand Prix foi a primeira realizada pela categoria. O campeonato começou dia 25 de setembro de 2005 em Brands Hatch, e terminou no dia 2 de abril de 2006 em Shanghai, após 11 etapas e 22 corridas disputadas. A equipe da França acabou conquistando o título.

 A A1GP foi desenvolvida para que cada equipe representasse o seu país de origem.

Com essa ideia, o campeonato foi fundado e criado por sua alteza, Sheikh Maktoum Hasher Maktoum Al Maktoum, membro da família real de Dubai. 

Para assegurar que se realizasse um verdadeiro “Campeonato do Mundo“, a A1 Grand Prix distribuiu 23 licenças (franchise) para serem vendidas nos respectivos países ou territórios; sete outras licenças estariam disponíveis para países que quisessem participar.

A fim de avaliar apenas a capacidade dos pilotos, o evento foi pensado de forma que os carros fossem de uma única marca. Todos os veículos usavam um chassis construído pela Lola com motor de 3.4 L de capacidade e V8 cilindros, desenvolvidos pela Zytek. O chassis pesava aproximadamente 600 kg (aprox. 1300 lbs) e o motor contava com cerca de 390 kW (520 hp) de potência. Nesse formato, para garantir que tudo seria igual e nenhum piloto/país tiraria vantagem do carro, até os pneus eram pré estabelecidos, todos os carros utilizavam pneus Cooper Avon.

Devido a dificuldades financeiras, a A1GP teve a sua última temporada em 2008/2009, colocando à venda todo o seu material, desde os equipamentos de verificação até aos próprios monolugares.

O primeiro vencedor brasileiro no A1GP: Nelsinho Piquet

O primeiro título brasileiro na modalidade A1GP veio pelas mãos e suor do grande piloto Nelsinho Piquet, filho do renomado Nelson Piquet.

O evento aconteceu no Grande Prêmio de Brands Hatch, na Inglaterra, na temporada de 2005-2006. Segundo o piloto, “tudo funcionou perfeitamente até o final da sessão”. A corrida contou com 25 pilotos competindo, cada um representando um país, formando o que os organizadores da categoria gostam de chamar de “Copa do Mundo de Automobilismo“.

Vamos relembrar este marco inédito?! 🏁

Um pouco da história do campeão Nelsinho Piquet

Nelsinho começou sua carreira no kart em 1993 e permaneceu nessa categoria até 2000. Em 2002 foi campeão da Fórmula 3 Sul-americana. Depois de uma temporada arrasadora na Fórmula 3 Britânica, na qual se consagrou campeão no seu segundo ano de disputa.

GP2

Logo após os títulos, Nelsinho migrou para a GP2, porém, dessa vez não obteve o mesmo sucesso na sua primeira temporada, contando com um equipamento mediano e prejudicado pelas desavenças entre a Piquet Sports (organização de seu pai, criada exclusivamente para ajudar a ascensão do jovem piloto à Fórmula 1) e a Hitech.

Em 2006, após a equipe Piquet Sports assumir o controle total da equipe na GP2, o brasileiro voltou as atenções para o evento onde teve como maior adversário o inglês Lewis Hamilton, piloto britânico, atualmente sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, nos anos de 2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020. Hoje, Hamilton é considerado um dos maiores pilotos de todos os tempos, e um dos desportistas mais bem sucedidos da história. Mesmo concorrendo contra um grande nome do esporte, Nelsinho garantiu a segunda posição. 

O brasileiro teve outras grandes oportunidades, principalmente como piloto de testes para grandes equipes de Fórmula 1, como a Williams e a extinta BAR. Ele também participou da competição automobilística A1GP, a qual  participou da primeira vitória na categoria do time brasileiro, disputada pela primeira vez entre a final de 2005 e início de 2006.

Fórmula 1

Em 2007 foi um dos pilotos de testes da Renault, ao lado de outro piloto brasileiro, Ricardo Zonta. Foi anunciado para 2008 como piloto titular ao lado de Fernando Alonso, pela equipe Renault. Ainda em 2008, também pela equipe francesa, conseguiu seu primeiro pódio, ao chegar na segunda colocação no Grande Prêmio da Alemanha, disputado no dia 20 de Julho daquele ano.

Porém, em 2009, não obteve pontos nas primeiras 10 provas da temporada, e acabou por ser demitido pela Renault em 3 de agosto, sendo substituído pelo franco-suíço Romain Grosjean.

NASCAR

Em 6 de fevereiro de 2010, fez sua estreia na NASCAR, em Daytona, na abertura da temporada da ARCA, divisão de acesso para a categoria principal. 

Na semana seguinte, Nelsinho estreou na NASCAR Camping World Truck Series pela equipe Red Horse Racing, largou em 22º e fez uma excelente prova, terminando em 6º. Fez ainda outras 4 corridas pela equipe Billy Ballew Motorsports, conseguindo mais 2 top-10 (no Texas e em Michigan), chamando a atenção das equipes.

Em agosto ele foi convidado a disputar a prova de Watkins Glen na Nationwide Series, onde chegou na 7ª colocação.

Em 2011, fechou contrato com a equipe Kevin Harvick Inc. para disputar a temporada completa da Camping World Truck Series. Na primeira corrida em Daytona, Piquet se classificou em 4º mas por problemas no carro foi punido e largou na penúltima colocação. Vinha fazendo uma boa corrida, mas faltando 20 voltas pro final o motor Chevrolet se entregou e Nelsinho não completou a prova.

Em Nashville, Piquet começa a escrever sua história vitoriosa no automobilismo americano, conquistando um 2º lugar, o melhor resultado de um brasileiro na NASCAR até então. Nas provas seguintes em Dover e Charlotte, Nelsinho fez suas melhores provas da categoria mas acabou perdendo a chance de um bom resultado na última volta. 

No dia 23 de junho de 2012 ele entrou para a história do automobilismo nacional ao ser o primeiro brasileiro a vencer em uma das três divisões nacionais da Nascar, ao chegar em primeiro lugar na etapa de Sargento 200 da Nationwide Series. No dia anterior, Piquet já havia feito história, sendo o primeiro brasileiro a marcar uma pole position na categoria americana.Sua participação, no entanto, foi especial e ele não pontuou pelo campeonato.

Stock Car Brasil

No dia 11 de abril de 2010 disputou, como piloto convidado, a corrida de abertura da Copa Chevrolet Montana, categoria de acesso da Stock Car Brasil. Nelsinho largou na sétima posição e completou a prova em segundo lugar, conseguindo um pódio.

Em 2018 Nelsinho Piquet anuncia que está fora da F-E e ficará na Stock Car assinando com a Full Time Texaco, e tendo Rubens Barrichello como companheiro de equipe. Terminando a temporada 2018 em 15°, ele renova com a equipe para 2019 terminando a temporada em 13°.

As polêmicas do campeão Nelsinho Piquet

Em 10 de setembro do mesmo ano, pouco depois da sua demissão, Nelsinho assumiu, perante a FIA, ter provocado o acidente ocorrido durante o Grande Prêmio de Singapura de 2008, para beneficiar a equipe Renault. Desta forma, Piquet forçou a entrada do safety car, o que facilitou a vitória do seu companheiro de equipe, Fernando Alonso. 

Segundo as investigações concluíram, Flavio Briatore, chefe da escuderia, e o diretor de engenharia, Pat Symonds, teriam pedido a Nelsinho que forjasse um acidente. Tal fato foi considerado um escândalo e pode determinar o encerramento definitivo da breve carreira do piloto na F1. 

A escuderia francesa alegou ter havido uma tentativa de chantagem, a fim de que Nelsinho pudesse continuar na temporada de 2009. Porém, Nelson Piquet, pai, disse ao jornal inglês “Daily Mirror”, que, ainda em 2008, informou o diretor de prova Charlie Whiting sobre a manobra da Renault para manipular o resultado no GP de Cingapura. Disse que só não falou com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, porque temia prejudicar a carreira de Nelsinho.

Após o julgamento do caso pelo Conselho Mundial da FIA, Briatore foi banido da Fórmula 1. Pat Symonds foi suspenso por cinco anos. Quanto a Nelsinho Piquet, conforme lhe fora prometido quando entregou à FIA um dossiê sobre o episódio, não recebeu qualquer punição da Federação Internacional de Automobilismo, já que foi o autor da denúncia. Fernando Alonso, que se beneficiou do triste episódio, também não foi punido.

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