Além das pinturas dos carros, os capacetes dão personalidade e autenticidade aos pilotos e equipes, e isso é fato! Hoje falaremos de beleza, design, arte, criatividade, atitude, ousadia… enfim, sobre os capacetes dos melhores pilotos da história do automobilismo!
As pinturas sempre foram alvos de grande admiração dos fãs, imprensa, e claro, dos próprios pilotos. Porém, não podemos esquecer que os capacetes têm um bom primeiro motivo para existirem, afinal a segurança de quem os utiliza é necessária.
Estão preparados para conhecer as ‘belezuras’ dos maiores pilotos da história do automobilismo, segundo o nosso Mestre Alan Mosca?
Os pilotos e seus capacetes
Graham Hill (1969)
O Graham recebeu o apelido de Mr. Mônaco, afinal, ele teve cinco vitórias em Monte Carlo na década de 1960: 1963, 1964, 1965, 1968 e 1969 – sua última vitória na categoria. Porém, a sua marca foi superada 24 anos depois pelo brasileiro Ayrton Senna, que obteve a sexta em 1993.
Você deve estar se perguntando: “por que o capacete dele está entre os escolhidos?” No dia 4 de maio de 1969, os capacetes ainda eram abertos na frente, mas após um pequeno acidente, felizmente Graham saiu quase ileso. Isso só demonstra o nível de qualidade do material que era levado em consideração na época.
Emerson Fittipaldi (1974 / 1989)
Dois anos depois de se tornar o primeiro piloto do Brasil campeão da Fórmula 1 ao faturar o título com a Lotus em 1972, Emerson Fittipaldi surpreendia o mundo da velocidade ao deixar a vitoriosa equipe britânica. Após entrar na McLaren, o seu capacete mostrou bastante atitude, já que um homem de atitude, como Fittipaldi, estava com ele na cabeça.
Emerson teve o capacete pintado por Sid Mosca. Sabe aquela frase “Painted By Sid Brasil”? Pois bem, foi Emerson que deu essa idéia! Afinal, ele queria que todos soubessem que aquela obra havia sido feita por um brasileiro, e que esse brasileiro tinha uma marca única no mundo. Desse momento em diante, Sid também falou em colocar duas estrelas de cada lado, já que ele era piloto de Fórmula 1.
Sem dúvida era um capacete muito bonito, e que chamava muita atenção! Confira um vídeo da época:
Em 1989, após 5 vitórias, ele se tornou o primeiro brasileiro campeão da categoria. Sua mais expressiva e histórica vitória foi a 500 milhas de Indianápolis, quando liderou 158 das 200 voltas!
Seu capacete já expressava melhor a atitude que Emerson tinha, afinal ele sabia que era único. O capacete era azul, com quadriculados em degradê e detalhes em vermelho.
James Hunt (1976)
James era complicado… Com um carro bem acertado por Emerson, vice-campeão de 1975, Hunt conquistou o título de 1976, com cinco vitórias (Espanha, França, Alemanha, Holanda, Canadá e Estados Unidos).
Seu capacete era bem icônico, preto com linhas laterais, nas cores vermelho, azul e amarelo, e seu nome BEM GRANDE, como é bem evidente na foto. Claro, ele também tinha atitude, e gostava de mostrar quem ele era para o mundo.
Confira uma das corridas que deu bastante o que falar na época:
Ronnie Peterson (1976)
Peterson permaneceu na March até o campeonato de 1972, quando assinou contrato com a Lotus preta para competir ao lado do brasileiro Emerson Fittipaldi na temporada seguinte. Sua primeira vitória na sua nova equipe aconteceu no Grande Prêmio da França de 1973.
Em 1974 obteve mais três vitórias, nos GPs da França, Itália e Mônaco. Depois de um ano ruim em 1975, em que o Lotus 76 provou ser um erro, voltou a guiar pela March, equipe pela qual venceu o GP da Itália de 1976.
Seu capacete era muito bonito, azul royal com detalhes em amarelo, sem dúvidas uma das pinturas mais belas da F1. Confira uma corrida do Ronnie:
Mario Andretti (1979)
Em 1976, logo quando Andretti assinou contrato com a Lotus e participou do desenvolvimento dos Lotus 78 e 79, os carros-asa, que lhe deram o título de 1978 com seis vitórias.
A vitória do campeonato foi ofuscada pela morte do companheiro de equipe de Mario, Ronnie Peterson, no Grande Prêmio da Itália.
O capacete era cinza com detalhes em vermelho. Às vezes menos é mais, não é mesmo? Confira como ele arrasava nas pistas:
Eddie Cheever (1987)
Em 1987, ele foi contratado pelo chefe da equipe Arrows, Jackie Oliver, para ser parceiro do piloto britânico Derek Warwick. Cheever e Warwick foram equilibrados e tiveram muitas batalhas na pista durante todo 1987 e 1988.
Seu capacete era branco, vermelho e azul, com detalhe em amarelo. As cores formavam uma estrela muito diferente na latera. Afinal, ele era perfeito!
Ayrton Senna (1991 / 1993)
Ah, chegamos naquele todos amam de coração, mente e alma: Ayrton Senna!
A corrida teve um final dramático com a perda de quase todas as marchas de seu carro, dessa forma, ele ficou tão desgastado fisicamente que precisou de ajuda para sair do carro. Por isso, essa corrida foi uma das mais inesquecíveis de todas em sua carreira.
O capacete era típico do Senna e da Sid Special Paint. Era tomado por uma simplicidade icônica brasileira, autêntica e ao mesmo tempo, trazia cores vibrantes e muito amor envolvido!
Você já deve ter visto esta cena icônica da última volta de Ayrton Senna, mas vale a pena ver de novo – bora dar um replay e relembrar esta emoção:
Em 1993, depois de terminar em segundo lugar na corrida de abertura da temporada na África do Sul, Senna ganhou os GPs do Brasil e da Europa, em Donington Park, na chuva. Esta última é frequentemente lembrada como “a corrida da volta perfeita” e como sendo uma de suas maiores vitórias na F1.
Ayrton largou em quarto e caiu para quinto na primeira curva, mas já estava liderando antes de a primeira volta ser completada. Alguns pilotos precisaram de sete pit stops para trocar os pneus de chuva, dependendo das mudanças climáticas ao longo da corrida.
A história dos capacetes do Senna foi contada aqui, em 5 partes. Se você ainda não leu, confira! 🏆🏁
Nigel Mansell (1992)
Em 1992, Nigel conquistou seu primeiro e único título mundial na Fórmula 1 ao terminar em segundo lugar no GP da Hungria, vencido por Ayrton Senna. Nunca até aquele momento algum piloto havia sido campeão com tanta antecedência numa temporada.
O capacete do piloto dispensa comentários, é claramente uma homenagem ao seu país e com muitos detalhes, com letras maravilhosas! Confira uma das corridas de 1992:
Rubens Barrichello (1995)
Em 1993, Barrichello iniciou sua carreira na Fórmula 1 pela Jordan. Logo ele venceu o evento Formula One Indoor Trophy. Em 1994 conquista seu primeiro pódio no GP do Pacífico em Aida e a sua primeira pole position, no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps.
No mesmo ano conquistou a sexta colocação do campeonato a frente de uma Williams, uma Benetton e uma McLaren, alguns dos melhores carros da época, sempre lembrando que na Benetton e na Williams houve revezamento no 2º carro da equipe.
Dessa forma, nenhum piloto fez mais que dez corridas na vaga de segundo piloto dessas equipes. Em 1995 conquistou seu melhor resultado até então, o segundo lugar no GP do Canadá no circuito Gilles Villeneuve.
O capacete desse ano foi algo sensacional: apenas uma linda homenagem ao Senna. É possível ver que o Rubinho homenageou Ayrton sem perder a essência de seu design. Podemos dizer que o capacete foi basicamente uma fusão de Rubens e Ayrton.
Damon Hill (1997)
Entre 1993 e 1996, Damon venceu 21 corridas, além de ter se consagrado campeão mundial uma vez.
Hill liderou 62 das 77 voltas até o acelerador falhar na penúltima volta, dando a liderança de graça a Jacques Villeneuve.
Um segundo lugar que seria comemorado como uma vitória, acabou deixando um gosto de quero mais diante de uma jornada tão épica, afinal quem não gosta de ganhar?
O design do Hill não era muito elaborado, mas como já falamos aqui, às vezes menos é mais, né? 🙂
Confira a corrida de 1997:
Ingo Hoffmann (1996 / 1997)
O ano de 1976 foi um grande salto para Ingo, pois ele estava estreando na Fórmula 1 e também participando da Fórmula 2, onde guiou pela equipe Kausen, terminando a temporada em 14º lugar e tendo como melhor resultado a quinta colocação em Thruxton.
Sid Mosca já havia pintado a Brasilia de Ingo Hoffmann, e os dois já tinham uma certa amizade devido aos trabalhos anteriores. Foi quando Sid Mosca ofereceu seus serviços mais uma vez, mas desta vez, era para dar uma cara nova em seu capacete de proteção. Hoffmann topou customizar o seu capacete na hora!
O layout do Ingo sempre manteve a mesma base, só foi evoluindo. A Sid Special Paint tem muita história com o Ingo, e contamos melhor neste artigo.
Sebastian Vettel (2019)
O ano de 2019 foi quase impossível para Sebastian… Afinal, na temporada de 2019 da Fórmula 1, Sebastian Vettel fez uma autocrítica. Depois de chegar em quinto lugar no GP de Abu Dabi, o piloto reconheceu que tanto ele como a Ferrari não tinham muito do que se orgulhar.
“Não foi o ano que esperávamos ter”, admitiu Vettel. “Acho que os motivos são claros, as lições são claras e cabe a nós aceitá-las. Precisamos ser mais fortes como time e eu, como indivíduo, posso fazer melhor. Então não foi um grande ano para mim”, completou.
O capacete desse ano era ‘simples’, sendo uma homenagem para a Alemanha, mas cheio de detalhes: o S bem grande estava de um lado e um cavalo do outro, tudo em amarelo, preto, branco e vermelho.
Lewis Hamilton (2017 / 2020)
Hamilton foi o campeão mundial de F1 em 2017. O tetracampeonato, no GP do México, foi alcançado, porém foi com grandes problemas apesar a sequência de resultados positivos.
O capacete não precisa de legenda, é simplesmente perfeito! Tem até homenagem ao Senna. Foi desenhado por Raí Caldato, da Caldato Design, e falamos mais sobre ele neste artigo.
No ano de 2020, o inglês tem se manifestado sobre o ativismo em andamento no mundo contra a injustiça racial, pedindo aos envolvidos no automobilismo que ajudem a aumentar a diversidade.
O design mantém as listras roxas e inclui várias mensagens, incluindo o logotipo e as mensagens do Black Lives Matter. Também falamos dele em um artigo, com uma entrevista exclusiva do Raí Caldato!
Então agora conta pra gente: Curtiu o arsenal dos capacetes dos melhores pilotos da história que trouxemos para você hoje? Qual deles você mais curtiu? Tem mais algum capacete que você incluiria aqui nesta lista? Conte para nós aqui nos comentários! 🙂