Desde cedo, Ayrton Senna já demonstrava uma grande paixão por velocidade. Começou a participar dos campeonatos do Kart ainda adolescente, e desde então ele nunca mais parou.
Senna ganhou diversos títulos e campeonatos mundiais, sempre com o seu marcante capacete na cabeça.
Neste artigo, iremos contar a história de um capacete especial: o capacete amarelo fluorescente que o acompanhou em sua primeira vitória na Fórmula 1, no Grande Prêmio de Estoril – Portugal 1985.
Preparem os corações para esta viagem ao passado. Vamos lá?!
O primeiro capacete de Senna
O primeiro capacete de um piloto é sempre muito especial, e este era de um modelo bem simples: cor laranja e sem muitos detalhes, já que a prática de personalização não era comum naquela época.
Por se tratar de uma personalização bem caseira, não era muito decorado, havia somente algumas marcas de patrocínio e três listras brancas, provavelmente feitas com fitas.
Mesmo não sendo produzido por Sid Mosca, o capacete foi um sucesso na época!
O capacete da Lotus de Ayrton Senna
A partir de agora, você já vai ver um capacete com o design que conhecemos, desenhada com muito carinho especialmente por Sid Mosca.
Ao decorrer do tempo, não mudou muita coisa, a não ser alguns detalhes como a logo dos patrocinadores.
De vez em quando, alguns detalhes também eram adaptados de acordo com a necessidade do grande piloto, mas nada que mudasse completamente o design, a identidade e arte do capacete de Senna.
Depois que Ayrton Senna foi para a equipe da Lotus, todos ficaram eufóricos por querer ver Ayrton correndo no carro icônico que só a Lotus tinha.
O carro que Senna corria era incrível: tinha um motor Renault com 1200 cavalos!
Um carro incrível como esse, com certeza merecia um capacete com um design ainda mais especial…
Quando Senna terminou de acertar os últimos detalhes burocráticos com a equipe da Lotus, logo em seguida foi procurar Sid Mosca.
Nesta época, o ateliê estava fazendo alguns testes com cores florescentes, e a primeira cobaia foi o capacete de Christian Fittipaldi (com a permissão do piloto, claro).
O trabalho para achar a cor perfeita…
As gambiarras para que o capacete de Christian ficasse perfeito eram muitas. O material usado neste tom de amarelo era nacional, mas ele não se adaptava ao verniz de jeito nenhum. Era uma combinação realmente muito difícil de trabalhar.
Era necessário comprar latas e mais latas de sprays, e o esquema que Alan fazia funcionava da seguinte forma: ele furava as latas e deixava sair toda a pressão de ar de dentro delas, depois cortava as latas e tirava a tinta para por dentro do recipiente que encaixava no revólver de pintura.
O trabalho foi desafiador, mas depois de muitos testes e de estimular muito a criatividade, o capacete ficou perfeito!
Depois desse experimento, surgiu o capacete amarelo fluorescente de Ayrton Senna!
Ele nem precisou dar muita atenção na hora que Alan e Sid explicaram suas idéias para trabalhar com um novo amarelo, pois Ayrton sempre teve muita confiança neles e em toda a equipe.
O resultado foi extraordinário, uma vez que o carro que Senna corria era preto, então a cor criou um maior destaque nas pistas.
Inclusive, a primeira vitória de Senna na Fórmula 1 foi no GP de Portugal no ano de 1985, e lá estava ele com o capacete amarelo fluorescente em meio a uma tempestade cinza fortíssima, onde ele conseguiu brilhar ainda mais na pista!
Confira o vídeo no momento em que Galvão Bueno anuncia a vitória histórica de Ayrton Senna:
Este momento gerou uma satisfação enorme para todos da equipe da Sid Special Paint. Sid e Alan Mosca ficaram emocionados ao saber que fizeram parte daquele momento histórico.
Depois da vitória de Senna com o capacete amarelo fluorescente, a empresa que fazia as tintas na época começou a produzir a base da tinta especialmente para o ateliê <3
Depois de muita pesquisa, estudo, testes e desafios, ver um grande trabalho como este sendo desenvolvido desde 1983, e em 1985 ganhar o Grande Prêmio, simbolizou uma conquista e uma realização imensurável.
Alan nos conta na íntegra mais essa história incrível, se liga só:
Mais uma história da saga contada por Alan Mosca. E você? Já sabia da história desses capacetes? Conte para nós aqui nos comentários!
Até a próxima! 😉