Ayrton Senna, foi um automobilista que iniciou a sua carreira no kart e anos depois foi parar na Fórmula 1, fazendo com que ele se tornasse o ídolo da nação brasileira. O piloto nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de 1960, e infelizmente nos deixou em 1994.
Por diversos momentos Senna pensou em desistir de sua carreira por causa de momentos difíceis, mas ele nos ensinou que por mais que o obstáculo seja difícil de passar, nós sempre iremos dar um jeito de superar para que tudo fique bem.
O piloto transparecia estar sempre calmo, mas por dentro guardava muita garra, sabedoria e MUITA paixão por sua profissão. Ayrton Senna era tão apaixonado pelo o que fazia que as suas manobras alcançavam a perfeição. Sempre que entrava nas pistas, os apaixonados por automobilismo já ficavam vidrados. Todos já estavam cientes de que ali iriam ver o grande piloto fazer história.
Chegamos na 4ª parte da história de Ayrton Senna no automobilismo! Agora contaremos a história da passagem do piloto pela McLaren, equipe onde conquistou seu primeiro título mundial.
Apertem os cintos, pois iremos embarcar em uma longa viagem!
A entrada de Ayrton Senna na McLaren
Ayrton Senna já havia conseguido bons resultados na Lotus nos anos anteriores, mas ele tinha um obstáculo ainda maior para alcançar o seu objetivo de ser campeão de Fórmula 1. Em toda a sua carreira até aquele momento, ele sempre era o principal piloto da equipe, mas desta vez ele teria que dividir a equipe com o até então Bicampeão Mundial de Fórmula 1, o francês Alain Prost.
Quando Senna foi convidado para correr na Escuderia McLaren, ele nem pensou duas vezes antes de aceitar. O fato da McLaren usar o mesmo motor Honda da Lotus, facilitou a decisão positiva de Senna. Naquela época, os melhores carros da categoria eram a McLaren e o carro da Williams, e a Ferrari vinha um pouco atrás.
A temporada de 1988 foi IMBATÍVEL com Ayrton Senna e Alain Prost vencendo todas as corridas, 7 delas vencidas por Senna, e isso fez com que ambos criassem uma certa rivalidade, tornando as pistas um grande cenário de guerra.
1988: O primeiro título de Ayrton Senna como Campeão Mundial de Fórmula 1
No GP do Japão, ainda no ano de 1988, o piloto fez história ao marcar todos os pontos necessários para ter o título de Campeão Mundial de Fórmula 1 daquele ano, antes da última corrida da temporada.
Apenas hoje conseguimos entender a admiração que os apaixonados por automobilismo japoneses têm com Ayrton Senna, pois, foi lá que o piloto deu alguns de seus maiores espetáculos. No GP de 1988, foi a primeira decisão de título entre o Senna e Alain Prost, ambos equipados com suas impressionantes McLaren com motores Honda V6 turbo.
O domínio da corrida pela equipe era enorme naquela temporada, que até hoje é considerado a melhor equipe de todos os tempos na Fórmula 1, um verdadeiro “time dos sonhos”.
Antes da marcante corrida, Ayrton Senna havia vencido sete vezes naquele ano, enquanto Prost tinha ficado com outras seis conquistas. A matemática era simples: se Ayrton vencesse, ele era campeão. Caso isto não acontecesse, o campeonato seria decidido duas semanas depois, na prova final da temporada em Adelaide, na Austrália. Senna, claro, queria garantir o título já no Japão e desde os primeiros treinos já mostrava que estava em busca da vitória.
No treino classificatório, Senna estabeleceu um novo recorde na Fórmula 1: foi a 12ª pole do brasileiro no ano, coisa que nenhum outro piloto na história havia conseguido em somente uma temporada. A diferença na corrida não foi tão grande quanto no treino livre, e isso só mostrou que Prost seria um grande adversário naquela prova em Suzuka (Japão), ficando a três décimos de segundos de Senna.
Quando as luzes da corrida oficial ficaram verdes, Senna tomou um grande susto: o carro não andava e o piloto Ayrton levanta os braços sinalizando o problema na esperança de não levar nenhum toque dos mais de 20 pilotos que estavam atrás dele naquela hora.
Por sorte, o carro de Senna fica intacto e o grid de largada estava localizado numa descida. Ayrton então fez com que o carro “pegasse no tranco”. Nesta altura o piloto já havia perdido 16 posições. Prost acelerou, tomou a liderança e tudo parecia perdido para os fãs e para o próprio piloto.
Senna seguiu a corrida tão determinado, que já na primeira volta ultrapassou oito carros e partiu no encalço de Alain Prost, o líder com pinta de campeão. Na segunda volta, Ayrton passou os pilotos Ricardo Patrese e Alessandro Nannini, subindo para sexto. Na terceira, passou Thierry Boutsen e, na freada da chicane, deixou Michele Alboreto para trás, na quarta volta. Mesmo estando ainda 12 segundos atrás de Prost, Senna mostrava estar determinado a vencer a corrida e o campeonato
No final da décima volta, o brasileiro ultrapassou a turbinada Ferrari de Gerhard Berger e assumiu o terceiro lugar da corrida. Entre ele e Prost agora só existia o carro de Ivan Capelli, da equipe March. O problema para Ayrton era que o italiano ainda estava mais de dez segundos à sua frente.
Senna buscava a aproximação mesmo debaixo de uma leve garoa. Prost e Cappelli se atrapalharam e perderam segundos preciosos nas disputas com os retardatários. Ayrton, tirava diferença volta a volta de uma forma impressionante e encostou nos líderes na 19ª volta. Na volta seguinte, deixou Cappelli para trás e apareceu estampado no retrovisor de Prost.
A chuva já havia parado, e parecia até que ela veio apenas para proporcionar o embate histórico entre os dois maiores rivais da Fórmula 1. Agora, as condições seriam iguais para todos, sem a já conhecida vantagem de Senna correndo no piso molhado.
Por diversas voltas, Senna perseguiu Prost transformando aquela corrida à parte dos dois pilotos da McLaren. Na 28ª das 51 voltas, aconteceu o inacreditável: o brasileiro chegou voando em Prost! Ayrton armou o bote antes da entrada da reta dos boxes para consumar a sua 15ª e mais espetacular ultrapassagem na corrida.
Prost ainda espremeu Senna no muro da reta dos boxes, mas era impossível conter a manobra: o brasileiro assumiu a liderança, algo que parecia impossível após o problema na largada.
O francês tentou alcançar o brasileiro até o final da prova, mas Senna não deu espaço para nenhuma tentativa e ainda abriu uma considerável vantagem: Prost terminou 13 segundos atrás do novo campeão mundial.
A corrida de Ayrton Senna no Grande Prêmio do Japão, além de ser uma das mais brilhantes de sua carreira, é considerada como uma das mais espetaculares da história da Fórmula 1. Mais do que uma vitória atemporal do novo campeão mundial, foi com certeza uma verdadeira obra de arte. Um roteiro digno de cinema, e claro, com final feliz para Senna.
Confira esse momento emocionante:
1989: E a rivalidade continua
A rivalidade entre Senna e Prost continuou em 1989 e, novamente, o campeonato foi decidido no Japão. Prost liderava o campeonato e também a corrida, quando Senna tentou uma ultrapassagem arriscada no francês e os dois acabaram fora da pista. Prost abandonou a corrida, mas Senna continuou e venceu. No entanto, os diretores entenderam que Senna cortou caminho para voltar à pista e desclassificou o brasileiro, decisão considerada uma das mais polêmicas da história da categoria.
Com a desclassificação de Senna, Alain Prost ficou com o título da temporada que também era sua despedida da McLaren. Uma temporada que não precisava terminar ali, mas terminou. Mas em 1990, Senna daria o troco vencendo o campeonato, e de uma maneira que seria, de certa forma, um belo “troco” por sua punição injusta no ano anterior.
No final de 1989, a relação entre Senna e Prost já havia ficado insustentável dentro da McLaren. Prost sentiu que Ron Dennis, chefe da equipe, tinha uma preferência por Ayrton e, por isso, decidiu se mudar para a Ferrari. No lugar do francês foi contratado o austríaco Gerhard Berger, que viria a ser o melhor amigo de Senna na Fórmula 1.
Lembrando que algum tempo depois, Alain e Senna se acertaram e nunca mais se desentenderam!
1990: O Pódio em solo Paulista
Mais um ano chegou e com ele uma novidade muito importante. Uma das corridas da temporada de 1990, seria disputada justamente no Autódromo de Interlagos, que voltava a receber a principal categoria do automobilismo nacional após um uma pausa de 10 anos. Entre 1981 e 1989, Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, recebeu o Mundial, local onde Ayrton Senna fez seu primeiro Grande Prêmio na Fórmula 1, em 1984, mas onde as vitórias sempre bateram na trave.
Após vencer a primeira corrida da temporada nas ruas de Phoenix (EUA), Ayrton Senna era favorito para a vitória naquele GP do Brasil: o piloto da McLaren estava concentrado para conseguir sua primeira vitória em seu País.
No dia da corrida, as arquibancadas em Interlagos estavam completamente tomadas pelo público. Ayrton fez uma largada segura e permaneceu na frente de Berger com tranquilidade. Logo após, o austríaco começou a sofrer com o desgaste dos pneus e foi ultrapassado por Thierry Boutsen e Alain Prost, que já havia pulado do sexto lugar para o quarto lugar na largada.
Mesmo sem poder contar com a ajuda de Berger para defender a ponta, Ayrton Senna ainda aumentou sua vantagem na liderança após a entrada desastrosa de Boutsen nos boxes, atropelando um dos pneus novos e quebrando seu próprio bico.
Tudo parecia conspirar a favor do grande piloto, quando um deslize aconteceu: na 42ª, Senna se chocou com Satoru Nakajima da Escuderia Tyrrell, ao tentar ultrapassá-lo. Ele teve que voltar aos boxes com pressa para trocar o bico do carro que ficou danificado, algo que naquela época significou centenas de minutos perdidos.
A perda de tempo deixou o Senna desesperado. Voltou para a pista ultrapassando diversos retardatários e fechou a corrida na mesma volta do líder. Subiu ao pódio, mas em terceiro.
A tão sonhada primeira vitória em primeiro lugar no Brasil não veio em 1990, mas o roteiro para uma conquista histórica seria ainda mais inesquecível na corrida do ano seguinte em Interlagos.
1990: O Segundo título mundial de Ayrton Senna no GP do Japão
Pelo terceiro ano consecutivo, Ayrton Senna e Alain Prost decidiam o título da F-1 em Suzuka. Senna chegou ao Japão com 78 pontos, nove pontos de vantagem à frente Prost no Mundial de Pilotos. Para levantar o seu segundo título da Fórmula 1 antes mesmo da última prova, Senna só precisaria fazer mais pontos do o rival.
Na quarta-feira anterior à corrida, Senna perguntou aos organizadores da prova se poderiam mudar o lado do posicionamento dos pilotos no grid, colocando o ponteiro do lado de fora, e o segundo do lado de dentro, encostado no muro, onde a pista tinha menos aderência e era mais suja. Senna não teve seu pedido aceito, mas mesmo assim seguiu trabalhando intensamente nos treinos para sair na primeira colocação.
E o tão esperado duelo entre Ayrton Senna e Alain Prost não passou de 800 metros e 9 segundos de corrida. Logo na primeira curva, os pilotos se enroscaram e saíram juntos pelo escape de terra do circuito de Suzuka, causando um impacto entre os dois carros.
Foi aquele fuzuê, mas quando todas as tensões dos pilotos foram amenizadas, Ayrton Senna era o novo bicampeão do mundo, dando o troco em Alain Prost em uma cena que lembrou muito a decisão de 1989, em que o francês foi campeão. Confira abaixo esse momento incrível na história do piloto:
Para Senna, a batida não teve nada de anormal. “No ano passado eu perdi o título em uma batida. Esse ano eu ganhei. A única diferença é que foi no começo da prova”, declarou aos jornalistas. Perguntado se era desagradável ser campeão sem ter ido ao pódio na prova decisiva, Ayrton foi enfático: “Eu fui para o pódio mais vezes do que qualquer outro piloto nesta temporada”.
Para completar a grande festa da nação brasileira naquele dia, Nelson Piquet venceu a corrida e Roberto Moreno foi o segundo, em dobradinha da Benetton.
Foi o GP de número 109 da carreira de Ayrton, que se sagrava bicampeão com 30 anos de idade. Foi a coroação de uma temporada incrível e intensa. Ayrton venceu seis vezes e subiu no pódio em 11 das 16 etapas daquele ano, o cara era incrível!
Estamos quase chegando ao fim dessa incrível história da saga do piloto no automobilismo. Ayrton Senna com a sua paixão pela velocidade, nos proporcionou momentos de pura adrenalina e emoção.
Esse é o penúltimo capítulo da trajetória do piloto, na próxima parte contaremos sobre o fim da sua jornada na Escuderia McLaren e sua entrada na Escuderia Williams.
Gostou deste quarto episódio da jornada de Ayrton Senna? Então fique ligado que ainda vem novos emocionantes episódios por aí!