Ayrton Senna fez história no automobilismo, isso todos nós podemos concordar, não é mesmo?! Já estamos na terceira parte da história do piloto. Isso só mostra que correr pelas pistas do mundo inteiro se tornou uma longa jornada na vida de Senna.

Desde os 13 anos de idade, Senna lutava bravamente por seu espaço no automobilismo. Com muita perfeição em tudo o que fazia, não demorou muito para que ele começasse a ser reconhecido mundialmente. 

Nós já te contamos a primeira e a segunda parte de sua trajetória, chegando agora na terceira parte para contarmos um pouco mais sobre a sua história na Escuderia Lotus, equipe onde o grande Senna conquistou o seu primeiro pódio em 1° lugar.  

Apertem os cintos que a partir de agora irá começar mais uma grande viagem no tempo e com muita velocidade nas pistas. Vamos nessa?

O início de Senna na Lotus

Após a sua saída da Escuderia Toleman, Senna não teve descanso e foi diretamente para Lotus. O ano era 1985 e o seu parceiro era o piloto italiano Elio de Angelis.. 

No dia de sua estreia na equipe, Senna já estava acordado desde às 5 horas da manhã. O motivo de sua ansiedade era válido, já que ia ser a primeira vez que o piloto iria disputar uma corrida no autódromo de Jacarepaguá (RJ). Apesar da estreia ter sido em “casa”, ele não queria saber de ficar em sua zona de conforto.

Neste dia com o carro de número 12, ele infelizmente não obteve sucesso devido a um problema elétrico no carro e abandonou a pista na 48ª volta. Após a decepção da sua estreia na escuderia, o piloto aprimorou suas habilidades e deu um show na corrida seguinte. 

O tão esperado pódio de Senna

Após sua estreia frustrante na equipe, tudo mudou na corrida seguinte no GP de Portugal em Estoril. Ainda nos treinos com a sua Lotus 97T, o piloto cravou a marca de 1min21s007 e era a sua primeira pole position desde a sua entrada na F1!

Quando começou a corrida oficial, Senna não deu abertura para ninguém passar em sua frente e venceu de ponta a ponta, o que acabou tendo uma super vantagem desde o começo, quando marcou a volta mais rápida.

“Perdi às vezes em que estive a ponto de quase bater em outro carro. As condições da pista estavam muito perigosas. Dez vezes pior do que o ano passado. Hoje é um dia muito feliz para mim, tive muita sorte de poder segurar o carro em linha reta”, disse Ayrton Senna em entrevista à Folha de S. Paulo no dia 21 de abril de 1985, após a corrida:

Depois do show que Senna nos proporcionou em Mônaco no ano de 1984, o Grande Prêmio de Portugal consagrou enfim o ‘Ayrton Senna da Chuva’, o melhor piloto da história da F1 em pista molhada.

Um momento emocionante na sua história, já que se tratava da sua primeira vez que subiu no pódio na Fórmula 1. A primeira de muitas outras que viriam pela frente… 

No decorrer daquele ano, não teve muita novidade. Depois da corrida em San Marino que ficou em sétimo lugar, Senna teve que abandonar a pista em Mônaco. Fato que se repetiu nos Estados Unidos, França, Alemanha, África do Sul e Austrália. Mesmo assim, Ayrton terminou o campeonato com a quarta colocação e com o total de 38 pontos. 

Também teve dois terceiros lugares na Holanda e Itália, e dois segundos na Áustria e em Brands Hatch (GP da Europa). Seu segundo momento de consagração foi a vitória no tempo de Spa-Francorchamps, na Bélgica, local onde Senna adorava correr.

Segundo ano de Senna na Escuderia Lotus

Depois de fortes emoções em 1985, no ano seguinte a Lotus prometia voltar muito mais competitiva! E foi dito e feito: um carro bem mais potente foi fabricado para que Senna continuasse fazendo história nas pistas. 

O nova Lotus 98T se mostrou muito mais confiável e segura, e devido a isso, a temporada deste ano começou com muita emoção e adrenalina!

No início do ano, no GP do Brasil no Autódromo de Jacarepaguá, Senna terminou a corrida em segundo lugar que proporcionou a inesquecível dobradinha brasileira, o momento em que dois pilotos da mesma nacionalidade sobem no mesmo pódio como vencedores (o que era muito raro de acontecer), e neste caso, a dobradinha era o grande Nelson Piquet. 

Esse não tem como negar, foi um dos momentos mais marcantes da história do automobilismo mundial!

Por mais triste que seja, Senna não conseguiu manter a liderança deste campeonato por muito tempo. Ao decorrer da temporada, ele teve que abandonar a pista inúmeras vezes por problemas mecânicos. 

Então começa a caçada pelo título mundial: a luta entre Alain Prost com a sua McLaren-TAG e a dupla Nelson Piquet e Mansell da Williams. 

Como o carro de Senna ainda era inferior quando era comparado com os carros das outras equipes, ele montou uma estratégia para não perder, que foi reduzir o tempo de troca dos pneus, e ir correndo até onde desse. 

Isso fez com que ainda naquele ano, ele conquistasse o pódio do GP dos Estados Unidos em Detroit, só que desta vez em segundo lugar. Essa conquista fez com que o piloto conseguisse totalizar 55 pontos terminando a temporada em 4°lugar. Mas segundo ele, isso ainda era pouco… o potencial dele era muito maior que isso!

O último ano de Senna na Lotus e o fim da sua jornada na escuderia 

O ano de 1987 chegou com ele muitas surpresas. Neste ano a Lotus tinha um novo patrocinador, a marca de cigarros Camel. 

Os carros haviam sido aprimorados e além de terem deixado de ser preto para serem amarelos, também possuíam motores Honda, os mesmos motores dos carros da Escuderia Williams. A esperança de Senna em conquistar uma posição maior para ter o título mundial apenas aumentava…

A primeira corrida do ano foi em solo brasileiro no GP do Brasil em Jacarepaguá, mas infelizmente ele abandonou na 50ª volta. 

“Sei que o motor (Honda) é competitivo e resistente. Acho que ainda vai me dar muitas alegrias” – Disse Ayrton Senna no final da corrida. 

Depois de ter um GP de estreia frustrante ao não conseguir completar o GP Brasil disputado em Jacarepaguá, Senna chegou a Ímola para a segunda etapa do campeonato e estava disposto a uma reação imediata. 

A melhor forma seria assegurar a pole position no treino classificatório, onde teria uma chance maior de superar com sua Lotus as favoritas Williams, de Nigel Mansell e Nelson Piquet. 

“Se funcionar tudo como o previsto, vamos dar um calor neles” – Dizia Ayrton Senna para os jornalistas.

E começa a corrida oficial…

A corrida oficial começou e foi dada a largada! O piloto começou a liderar uma volta, mas ao mesmo tempo sentia que o carro estava balançando nas curvas, e já já não iria mais conseguir manter a sua posição para conter a Williams de Nigel Mansell que estava tentando ultrapassar o seu carro de todas as maneiras. 

Senna já não estava mais conseguindo barrar o inglês, então foi para a sua segunda opção que era o piloto da casa, o italiano Michele Alboreto que disputava com uma Ferrari. Com muita garra, mais um pódio se concretizou: Ayrton Senna cruzou a linha de chegada em segundo lugar. 

“Eu tive uma grande batalha com Michele Alboreto, ficando em vantagem depois de um pit stop muito rápido. Mas então o carro deu uns trancos – acho que ele é temperamental. Fiquei para trás, conseguindo ultrapassá-lo cinco voltas depois, sem chances para um troco” Disse Senna após a corrida. 

E assim foram conquistados os primeiros seis pontos de Senna na temporada de 1987.

Curiosidade: O Lotus 99T foi o primeiro carro com suspensão ativa a fazer uma pole position com Ayrton Senna, conquistada justamente neste GP de San Marino de 1987. O sistema para deixar os carros mais estáveis na pista foi proibido, juntamente com outras assistências eletrônicas, em 1994.

O  ano continuou e Ayrton Senna estava alcançando o auge de seu sucesso! Suas manobras estavam alcançando a perfeição, fazendo com que ele conquistasse mais dois pódios até o final da temporada, mas não foi suficiente para que ele conquistasse os pontos que faltavam para conquistar um título no final da temporada. 

Um de seus adversários iria ficar de fora da temporada devido a um acidente, e o piloto que sofreu a lesão deixou o campeonato na mão de Nelson Piquet. Ayrton Senna percebeu que deveria mudar sua estratégia a partir daquele momento, e que para encerrar a temporada em segundo lugar, ele precisaria estar entre os três primeiros vencedores nas duas últimas corridas que faltavam (Japão e Austrália).

A estratégia deu certo, mas…

Com muita determinação, Senna conseguiu alcançar o seu objetivo vencendo as duas provas que faltavam ficando em segundo lugar, mas as mediações feitas no carro constataram que os dutos dos freios eram mais largos do que era permitido pelo regulamento e o piloto foi desclassificado. Ele havia conseguido a terceira colocação com 57 pontos, uma pole e oito pódios (duas vitórias, quatro segundos e dois terceiros). 

Essa temporada marcou uma reviravolta na carreira de Senna. Depois de ele ter construído o seu legado naquele ano, ele ficou muito chateado com o ocorrido e com a Honda também. Então surgiu a oportunidade de correr para a McLaren com motores V6 Turbo para o ano de 1988, mas essa história contaremos nos próximos capítulos… 

Ayrton Senna será sempre considerado o herói da nação brasileira. De uns tempos para cá, você pôde perceber que nós te fizemos recordar da trajetória do piloto no automobilismo. O motivo disso tudo é reviver a emoção que era sentar na frente da televisão aos domingos e ficar vidrado vendo o grande piloto correr pelas pistas do mundo afora. Esse era o momento que deixava os nossos corações aquecidos e orgulhosos…  

Gostou deste terceiro episódio da jornada de Ayrton Senna? Então fique ligado que ainda vem novos emocionantes episódios por aí! 🏁🙌